Felizes em Deus

Cristiano e Isis: um casal feliz, cristão, rodeado de amigos amados e que amamos. Este espaço é para falarmos de Deus, de nós, de nossos amigos, aventuras, experiências, mensagens e tudo que achemos interessante e proveitoso. Sejam bem-vindos! Recomendamos: http://palavraplena.typepad.com

segunda-feira, 11 de maio de 2009

A GRATIDÃO CONTRA A MURMURAÇÃO


Às vezes, quando reclamamos de alguma comida que não esteja do nosso agrado, alguéms e volta pra nós e diz que em muitos lugares do mundo algumas pessoas não têm nem o que comer. Nesse momento, podemos ter dois tipos de reação: uma que nos faz refletir sobre o que foi dito, fazendo pesar em nós a consciência. A outra é dar de ombros e dentro de nós pensarmos: que tenho eu com isso? Geralmente, a primeira reação dura alguns poucos segundos, minutos talvez, mas aquilo logo se esvai e estamos prontos a fazer novas murmurações a respeito daquilo e de outras coisas. A segunda, menos aceitável ainda, é o resultado de uma vida mais cômoda e afastada da realidade mais penosa que temos. De fato, nada temos a ver diretamente com o mundo em volta, pois, que podemos fazer ativamente a respeito dos famintos da África ou dos desabrigados do Nordeste? "Eles são eles e eu sou eu" - dizemos.

Ah, mas se nada disso desperta em nós choro e motivação para oração, ao menos deveríamos olhar para as circunstâncias desse mundo e sermos gratos por tão grande misericórdia de Deus. O grande problema do ser humano é acostumar com qualquer coisa. Se hoje andamos de ônibus, isso é digno! Mas compramos um carro, e andar de ônibus passa a ser um grande transtorno. Carro com ar condicionado torna qualquer básico uma carroça! Podemos ganhar dois mil reais na empresa, mas logo esse dinheiro se tornará pouco. Seriam necessários três mil, até que esses não sejam mais suficientes. Esse ciclo gera uma constante insatisfação. O resultado final é a murmuração. Passamos a vida nos queixando dos estresses da vida, dos salários, do trânsito, das contas que temos (e Deus nos deu recursos) que pagar. Achamos espaço em nosso tempo e fluência em nossos lábios para lamentarmos de cada aspecto da nossa vida. Isso é tão comum em nossas vidas que sequer percebemos, até porque, isso se repete na vida dos que estão proximos, dando um aspecto "normal" à coisa.

Combater isso é altamente necessário, pois a murmuração corrói a igreja, a família e todos os ambientes que vivemos. Para nós, cristãos, o remédio é mudar o foco das coisas. É levantar de madrugada e, em vez de lamentar ter que acordar tão cedo, agradecer pelo dia que se levanta, pela saúde que Deus nos dá, pelo emprego pelo qual muitos procuram. Em vez de reclamar do trânsito, lembre-se que é um privilégio ter carro num país como o Brasil. Não! Não é preciso ir até à África pra compararmos nossas vidas e termos uma razão para agradecer. Certamente, alguém próximo a nós tem uma dificuldade maior que a nossa e isso já nos poderia envergonhar diante de Deus. Mas mais do que isso, não deveríamos precisar de nenhuma dessas comparações para ter um coração grato. Bastaria a nós olharmos para nossas vidas e perceber o quão Deus tem sido misericordioso constantemente. O salmo 127 diz que Deus dá aos seus amados enquanto dormem. É possivel perceber como Deus cuida de nós. Mais que isso, o versículo 2 desse salmo mostra que independe do que fazemos, de qualquer esforço. O que se pode fazer dormindo? Não se trabalha, não se alimenta... mais... que garantias temos? Se acordados somos impotentes e só podemos nos cercar fisicamente de cuidados, que dirá dormindo? Essa é a bondade do nosso Deus! Enquanto ficamos preocupados com o que teremos no dia seguinte e nos esforçamos pra isso, Ele diz que seu cuidado está em nós mesmo quando não achamos que está, mesmo quando nossas consciências estão mergulhadas na profundidade do nosso sono. Jesus nos alertou quanto à ansiedade, dizendo que, se o Pai cuida das aves e dos lírios, não cuidaria de nós?

Sabendo que Deus cuida de nós, que Ele nunca perde o controle, que não importa o que pensemos, Ele tem sempre o melhor pra nós (e o melhor nem sempre é um benefício material ou visível), só podemos manifestar a Ele um coração grato e a gratidão flui de um coração de quem O ama e O conhece. Não é preciso comparar. Pra ser grato a Deus, basta um coração de servo.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

DESPERTANDO PARA A VIDA



Não tenho nenhum parente ou conhecido vítima da guerra civil que se instaurou em nossas cidades. Mas não quero esperar isso acontecer para fazer alguma coisa. Durante muitos anos nós, cidadãos brasileiros, nos tornamos apáticos a todos esse caos urbano. Condenamos a violência, apontamos a negligência do governo, mas não somos capazes de agir. Até que um familiar morra. Enquanto isso, ficamos sentados no sofá de nossas casas em frente à televisão só assistindo aos noticiários e balançando a cabeça, dizendo: Tsc, tsc, tsc. Então, nos levantamos, jantamos, abarrotamos nossas mentes de entretenimento e continuamos a nossa vidinha egoísta repleta de indignação, mas desprovida de atitudes. O triste é ver que mesmo nós, cristãos (ao menos a maioria), que deveríamos ser o exemplo de compaixão e caridade, não temos movido uma palha para que isso mude. Nós nos tornamos como um padre na época do holocausto, que ao final de sua vida teve que conviver com a lembrança de ministrar seus sermões enquanto vagões lotados passavam levando inocentes em direção à morte. Estamos vendo os vagões passarem e fechando os nossos olhos, tapando os nossos ouvidos. Isso acontece por causa de uma teologia sem a preocupação de dar esperança de transformação social e sem senso de graça comum. Não estou falando de mudar o mundo, ou fazer dele o Jardim do Éden, mas de não continuarmos indiferentes aos dramas vividos por milhares de pessoas ao longo dos anos, sabendo que isso pode ser reduzido se alguma coisa for feita. Se a tendência é a destruição, então vamos viver num inferno aqui mesmo???!!! As coisas não precisam ser assim. O fato de esperarmos “Novos céus” não nos isenta da responsabilidade de tomarmos uma postura contra algo que é condenável diante de Deus: o assassinato. Para Deus, a vida humana é algo valioso, mas não tem sido para nós, não é mesmo?! Dizer que o evangelho não tem intuito político é uma desculpa para não fazermos o que não queremos. O movimento Rio de Paz, coordenado pelo pastor Antônio Carlos Costa, da Igreja Presbiteriana da Barra, tem apresentado ao governo propostas que visam a solução para redução da violência. Com manifestações pacíficas e criativas tem cobrado respostas, além de mobilizar a população a fazer o mesmo. Em entrevista à Revista Cristianismo Hoje, o pastor disse: O Rio de Paz é o sonho de criar uma cultura de apreço pelos seres humanos no Brasil. Representa a luta pela defesa dos direitos humanos a partir do conceito cristão referente à santidade da vida humana. Seu foco principal, contudo, é a redução da letalidade no país, porque as mortes violentas são o maior problema social deste momento de nossa história. Rio de Paz é um movimento de sociedade civil e não tem ligação formal com nenhuma instituição religiosa – partimos, no entanto, de uma base intelectual cristã e temos nos evangélicos brasileiros a maior parte da nossa mão-de-obra e sustento. Nosso desejo é uma organização o mais ampla possível da população como um todo, a fim de exercer constante pressão social. No momento, particularmente, tenho sido impactada a não me permitir continuar assistindo de camarote o que tem desgraçado a vida de muitas pessoas, feito com que elas chorem seus mortos e talvez, não consigam mais viver. O movimento Rio de Paz tem sido um instrumento para cobrar providências do governo e abrir os olhos indiferentes de crentes como eu. P.S. Não julgue uma coisa antes de realmente conhecê-la. Entre no site: WWW.riodepaz.org.br

terça-feira, 5 de maio de 2009

ELOGIO À RAZÃO PRÁTICA

(Extraído do Boletim "Boas Novas", da Igreja Presbiteriana da Barra - Por Antônio Carlos Costa)

Gostaria de fazer algumas sugestões àqueles que encontram-se confusos quanto à forma de administrar suas agendas e a própria vida. É comum encontrarmos líderes perturbados quanto ao que devem fazer quando o tempo não é suficiente para executarem tudo o que gostariam de realizar. De igual modo, temos conhecimento de pessoas que estão perdendo os melhores anos de sua existência por não trabalharem à luz de certos princípios que são conducentes a uma vida eficaz. Permita-me tratar do que talvez você já tenha ouvido falar, mas mesmo assim, é bom lembrar:

1. Dedique-se ao que você ama. Faça aquilo cuja lembrança lhe trará alegria no final da sua vida, ou, o que caso seja realizado por você não lhe trará desgosto.

2. Consagre-se ao que faz bem. Procure priorizar a obra que relaciona-se à vocação da sua vida e que se tornou evidente mediante os talentos que Deus lhe concedeu

3. Cumpra o que é prioritário. O prioritário é justamente aquilo que relaciona-se aos valores inegociáveis da sua vida, à sua vocação e à sua paixão.

4. Delegue o que puder. Não faça o que os outros podem fazer no seu lugar. Não seja centralizador. Viabilize os sonhos dos seus liderados.

5. Entenda que você não realizará nada na vida que seja de grande valor sem que isso lhe custe caro. Você terá que renunciar a muito. Seu sonho deverá exercer um efeito purificador sobre a sua vida. Ser disciplinado, correr riscos e abrir mão do pecado que inevitavelmente tornará sua vida estéril são condições indispensáveis para uma vida de serviço eficaz no reino de Deus.

6. Faça todas as coisas com excelência.

7. Evite olhar apenas para os recursos de que dispõe. Creia no Deus que pode pegar os seus cinco pães e dois peixinhos e alimentar uma multidão.

8. Procure, a todo custo, não convidar ninguém para trabalhar contigo na base da intuição. Conheça bem quem você está convidando. Seja lento para contratar e rápido para demitir. O investimento em preguiçosos e carnais representa péssima mordomia dos recursos de Deus e, dinheiro e tempo que estão deixando de de ser investido em trabalho duro e vida reta.

9. Ore antes de decidir e, assim, conte com a bênção de Deus, em vez de decidir antes de orar e depois suplicar pelo êxito do seu empreendimento.

10. Procure não tomar, em hipótese alguma, decisões que vão alterar significativamente o rumo da sua história sem buscar conselho com gente sábia e santa.

11. Evite se cercar de gente que só lhe diz sim. Não fique cercado apenas de Yes-men

12. Creia na graça divina. Não permita que suas imperfeições o tornem tímido na obra de Deus. Jamais agasalhe o pecado no seu coração, mas não espere perfeição de vida e propósitos para fazer alguma coisa para Deus. Ele haverá de usá-lo apesar de você. Se você é pregador, suba ao púlpito sussurrando: "Eu creio na graça de Deus, eu creio na graça de Deus, eu creio na graça de Deus"

13. Procure se precaver da mentalidade do grupo a que você pertence, ou pessoas com quem anda. Ter companheiros de caminhada é essencial. Mas saiba que toda uma forma patológica de administrar a vida e ver o mundo podem estar presentes entre esses amigos que você tanto ama. Tenha contato com os diferentes.

14. Saiba que Deus não precisa de ajuda. O que Ele pede é que você se coloque em suas mãos. Tão somente isso. Para botar telhado na igreja, comprar aparelhagem de som, ou adquirir uma rádio, você não precisa negociar princípios. Não peça que a irmã enferma creia na cura da sua enfermidade ou nos propósitos ocultos de Deus no sofrimento se você não tem fé para avançar no seu ministério continuando a crer que os fins não justificam os meios.

15. Abomine a inveja. Combata o prazer secreto de ouvir más notícias sobre pessoas que prosperaram mais que você. Evite como praga fazer parte de rodas cujo assunto é a vida de pessoas cujo sucesso faz você e seus amigos adoecerem. Cuidado com a inveja profissional. Hoje em dia, é mais fácia a Baía de Guanabara secar do que alguns líderes lavarem os pés dos irmãos, fazendo o papel de coadjuvantes na obra de Deus.

16.Lute por ser salvo do Brasil. Há, neste país, toda uma cultura que está por trás de nossa miséria e atraso. Não deixe para amanhã o que você pode fazer hoje, abomine a lei de Gerson (pobre jogador do Botafogo que levou injustamente desse mal cultural), ame os estudos , seja pontual, deteste a sujeira, corte os "gatos", não converse com as pessoas encostado na parede, não seja mentiroso, planeje antes de executar, não se orgulhe de improvisar as coisas, entre outros tantos males mais que têm mantido em cativeiro todo um povo.

17. Refrigere o seu ambiente de trabalho (se tiver recursos para tal). Calor e desenvolvimento intelectual não combinam. Não há nação desenvolvida em torno da Linha do Equador. Se você acha que estou exagerando, leia Gilberto Freyre e David Landes (Universidade de Harvard) e seus trabalhos sobre a relação do clima com o desenvolvimento dos povos.

18. Leia, leia e leia. Calças são importantes, mas livros muito mais. Mas lembre-se que muita soberba e pouca erudição resultam em leituras apressadas (ambas as frases são de Spurgeon). Não posso me esquecer: leia o essencial. Evite conhecer as obras clássicas de tabela. Não gaste tempo com cultura descartável. Você não terá tempo de vida suficiente para ler tudo. seja seletivo. Cuidado com o pecado do excesso de especialização. Vivemos nos dias de hoje em ambientes intelectuais em que o sujeito se torna especialista em "Arariboia em seus primeiros anos de vida em Niterói (e olhe que eu moro em Niterói) e não sabe mais nada sobre o resto.

Pr. Antônio Carlos Costa

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Enquanto o sonho não nasce


Todos sabem do paradoxo que é um universitário do curso de letras não se prestar muito à leitura (talvez eu compense isso com a escrita). Mas soluções práticas são apresentadas pra "deficiências" como essa que me envolve.

Está sendo relançado o livro "Enquanto o sonho não nasce (Por que Deus adia a realização dos nossos sonhos?)", de autoria do Pastor Antônio Carlos Costa. É um livro curto, de 59 páginas, que consegui ler em uma hora. Inclusive, essa é a inetnção do autor: lançar livros curtos. Segundo o próprio, os longos "espantam" um pouco as pessoas. De fato, pra quem tem pouco hábito como eu, é difícil, espanta mesmo. Posso dizer, com certeza, que foi um excelente estímulo à leitura. Mais importante ainda porque o tema é a Palavra de Deus.

Sobre o livro, ele tem como texto base a história de Ana, mãe de Samuel, que era estéril. Na história, o autor aponta várias lições, nos dá algumas respostas e dicas para lidar com as situações que envolvem nossos sonhos (não entendam "dicas" como "atalhos, tá?). Graças a Deus, tudo baseado nas Escrituras. É muito interessante a referência que ele faz com outros trechos da bíblia e com textos de alguns reformadores e puritanos.

Vale a pena ler. O livro custa R$12,00 e, com certeza, esse será um de muitos que vou adquirir. Espero criar o hábito e desenvolvê-lo, ainda mais quando o tema é a Palavra de Deus.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Liberdade na simplicidade

(Baseado em Lucas 15:11)

O nosso Senhor Jesus costumava usar parábolas para falar do evangelho. Em meio à simplicidade das parábolas estão os traços da verdadeira teologia. Na parábola do filho pródigo, Jesus mostra dois pontos interessantes. Nesse relato, Cristo fala de Deus como o Pai bondoso, aquele que nos acolhe, que nos recebe com amor, que não cobra os nossos erros, um Deus de amor que nos perdoa, apesar do que somos. Enquanto errante pelo mundo, o filho pródigo tinha uma pai que o aguardava, olhando sempre o horizonte. O pensamento de julgar e condenar poderia estar em qualquer pessoa, menos no pai. Aliás, o outro foco dessa parábola é justamente o irmão mais velho, que se mostrou pronto a condenar o irmão mais novo.


O filho pródigo chegou ao mais baixo nível, nivelando-se aos animais irracionais. Afundou na lama, literalmente e metaforicamente, comendo com os porcos e se esvaindo em pecado. Quão baixo esse homem chegou? Quão distante esse rapaz ficou do pai? Ele gastou tudo quanto seu pai o havia deixado. Veja o quanto a mesagem de Jesus é incrível. Apesar disso tudo, o pai o esperava e o recebeu com honra e júbilo o filho outrora perdido. O irmão mais velho está aí, sempre disposto a acusar, a nos fazer olhar para o nosso pecado e permanecermos nele, nos fazendo esquecer da bondade do nosso Pai. Ele diz que se confessarmos nossos pecados, somos perdoados e purificados de toda injustiça e que desses pecados Ele não mais se lembrará. Obviamente, o filho pródigo sofreu as consequências das suas escolhas e Deus nem sempre nos livra delas, mas o perdão não está atrelado a isso.

O que posso aprender dessa mensagem é que devemos sempre ouvir a voz do Pai em vez da voz do irmão mais velho. E como saber qual a voz que estamos ouvindo? Simples: o diabo acusa, Cristo, não. A acusação nos prende ao nosso pecado, enquanto o Pai nos dá liberdade através do perdão. O pecado pode ser terrível mesmo, mas foi indignamente que o filho foi ter novamente com seu pai. Assim somos e devemos nos sentir diante de Deus, com essa noção de indignidade mas não de impossibilidade. Não é através de nossos méritos que Deus nos recebe como filhos e essa parábola deixa isso bem claro. Todos os dias nós pecamos, gastamos nossa herança, mas temos um Pai bondoso sempre disposto a nos receber e feliz quando isso acontece.

sábado, 1 de novembro de 2008

O perigo da verdade sussurada aos ouvidos...

Orar é uma questão de atitude. Se deixarmos nos levar pelos nossas prioridades, não haverá tempo para "encaixarmos" em nosso dia um momento crucial: falar com Deus. Assim como decidimos amar, decidimos orar. Mas claro que muitos fatores se levantam contra essa nossa atitude. Dentro da própria oração ou antes dela, somos tentados a não fazê-lo.

Eu conversava com meu amigo João Marcos sobre a confissão de pecados. O diabo é astuto e sabe que armas usar e quando usar. Quando oramos, ouvimos as verdades do inimigo sendo sussurradas nos nossos ouvidos. Antes de confessarmos, os sussurros de "de novo?" ou "não adianta". Pior que é verdade. Sabe aqueles erros que a gente comete e é reincidente quase todos os dias? Paramos, pensamos... Confessar de novo algo que temos certeza que vamos repetir é algo terrivelmente desanimador. O diabo sabe disso e nos incentiva a recuar na hora da confissão. Ele faz isso mostrando as probabilidades da reincidência e nos lembrando o quanto fomos fracos e sem atitude no dia, na semana, nos meses e anos anteriores.

Nessas horas, temos que atentar para um detalhe: como filhos de Deus, temos que ser puros e justos. A palavra nos diz isso: "Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça". Nossos pecados só são perdoados mediante confissão e arrependimento.

Todas as vezes que o inimigo nos acusar, devemos lembrar disso. Precisamos do perdão de Deus, pois somos pecadores. Precisamos de atitude para confessar e para mudar. Não importa quantos pecados e quantas vezes se repitam, para cada um deles, para cada vez, precisamos do perdão divino.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Novo Acordo Ortográfico

Achei que o acordo ortográfico iria facilitar a vida dos estudantes e demais usuários da nossa língua. Embora, em alguns pontos, isso tenha ocorrido, acho que a coisa ficou mais complicada com relação ao uso do hífen, pois vejo muitas exceções. Em todo caso, como futuro professor de português-inglês (assim espero), eis um guia prático para orientá-los quanto ao novo acordo. Não. Não pensem que o português é complicado. É complexo e tem suas particulridades como qualquer outra língua, mas não é nem mais fácil, nem mais difícil do que qualquer outro idioma. O guia foi copiado daqui pra quem quiser acessar diretamente, pois tentei melhorar a formatação e não consegui. Caso queiram uma cópia em pdf, basta mandar um e-mail para criseisis@hotmail.com ou deixar no seu comentário.

Guia Prático da NOVA ORTOGRAFIA

Saiba o que mudou na ortografia brasileira
por Douglas Tufano
(Professor e autor de livros didáticos de língua portuguesa)

O objetivo deste guia é expor ao leitor, de maneira objetiva, as alterações introduzidas na ortografia da língua portuguesa pelo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990, por Portugal, Brasil, Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e, posteriormente, por Timor Leste. No Brasil, o Acordo foi aprovado pelo Decreto Legislativo no 54, de 18 de abril de 1995.

Esse Acordo é meramente ortográfico; portanto, restringe-se à língua escrita, não afetando nenhum aspecto da língua falada. Ele não elimina todas as diferenças ortográficas observadas nos países que têm a língua portuguesa como idioma oficial, mas é um passo em direção à pretendida unificação ortográfica desses países.

Como o documento oficial do Acordo não é claro em vários aspectos, elaboramos um roteiro com o que foi possível estabelecer objetivamente sobre as novas regras. Esperamos que este guia sirva de orientação básica para aqueles que desejam resolver rapidamente suas dúvidas sobre as mudanças introduzidas na ortografia brasileira, sem preocupação com questões teóricas.

Mudanças no alfabeto

O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser:

A B C D E F G H I J
K L M N O P Q R S
T U V W X Y Z


As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.

Trema

Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui.

Como era Como fica
agüentar aguentar
argüir arguir
bilíngüe bilíngue
cinqüenta cinquenta
delinqüente delinquente
eloqüente eloquente
ensangüentado ensanguentado
eqüestre equestre
freqüente frequente
lingüeta lingueta
lingüiça linguiça
qüinqüênio quinquênio
sagüi sagui
seqüência sequência
seqüestro sequestro
tranqüilo tranquilo


Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.

Mudanças nas regras de acentuação

1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).

Como era Como fica
alcalóide alcaloide
alcatéia alcateia
andróide androide
apóia (verbo apoiar) apoia
apóio (verbo apoiar) apoio
asteróide asteroide
bóia boia
celulóide celuloide
clarabóia claraboia
colméia colmeia
Coréia Coreia
debilóide debiloide
epopéia epopeia
estóico estoico
estréia estreia
estréio (verbo estrear) estreio
geléia geleia
heróico heroico
idéia ideia
jibóia jiboia
jóia joia
odisséia odisseia
paranóia paranoia
paranóico paranoico
platéia plateia
tramóia tramoia


Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.

2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo.

Como era Como fica
baiúca baiuca
bocaiúva bocaiuva
cauíla cauila
feiúra feiura


Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.

3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).

Como era Como fica
abençôo abençoo
crêem (verbo crer) creem
dêem (verbo dar) deem
dôo (verbo doar) doo
enjôo enjoo
lêem (verbo ler) leem
magôo (verbo magoar) magoo
perdôo (verbo perdoar) perdoo
povôo (verbo povoar) povoo
vêem (verbo ver) veem
vôos voos
zôo zoo


4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera.

Como era Como fica
Ele pára o carro. Ele para o carro.
Ele foi ao pólo Norte. Ele foi ao polo Norte.
Ele gosta de jogar pólo. Ele gosta de jogar polo.
Esse gato tem pêlos brancos. Esse gato tem pelos brancos.
Comi uma pêra. Comi uma pera.


Atenção:
- Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.

- Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.

- Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos:
Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros.
Ele vem de Sorocaba. / Eles vêm de Sorocaba.
Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra.
Ele convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes.
Ele detém o poder. / Eles detêm o poder.
Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas as aulas.

- É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?

5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir.
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar, quar e quir, como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir etc. Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo. Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas. Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues, enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas, delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas. Exemplos (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais fortemente que as outras):
verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua, enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem.
verbo delinquir: delinquo, delinques, delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.

Uso do hífen

Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo.
As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc.

1. Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h. Exemplos:
anti-higiênico
anti-histórico
co-herdeiro
macro-história
mini-hotel
proto-história
sobre-humano
super-homem
ultra-humano
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).

2. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos:
aeroespacial
agroindustrial
anteontem
antiaéreo
antieducativo
autoaprendizagem
autoescola
autoestrada
autoinstrução
coautor
coedição
extraescolar
infraestrutura
plurianual
semiaberto
semianalfabeto
semiesférico
semiopaco
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.

3. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos:
anteprojeto
antipedagógico
autopeça
autoproteção
coprodução
geopolítica
microcomputador
pseudoprofessor
semicírculo
semideus
seminovo
ultramoderno
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc.

4. Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos:
antirrábico
antirracismo
antirreligioso
antirrugas
antissocial
biorritmo
contrarregra
contrassenso
cosseno
infrassom
microssistema
minissaia
multissecular
neorrealismo
neossimbolista
semirreta
ultrarresistente
ultrassom

5. Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma vogal. Exemplos:
anti-ibérico
anti-imperialista
anti-inflacionário
anti-inflamatório
auto-observação
contra-almirante
contra-atacar
contra-ataque
micro-ondas
micro-ônibus
semi-internato
semi-interno

6. Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento começar pela mesma consoante. Exemplos:
hiper-requintado
inter-racial
inter-regional
sub-bibliotecário
super-racista
super-reacionário
super-resistente
super-romântico

Atenção:
- Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
- Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r:
sub-região, sub-raça etc.
- Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.


7. Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo elemento começar por vogal. Exemplos:
hiperacidez
hiperativo
interescolar
interestadual
interestelar
interestudantil
superamigo
superaquecimento
supereconômico
superexigente
superinteressante
superotimismo

8. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen. Exemplos:
além-mar
além-túmulo
aquém-mar
ex-aluno
ex-diretor
ex-hospedeiro
ex-prefeito
ex-presidente
pós-graduação
pré-história
pré-vestibular
pró-europeu
recém-casado
recém-nascido
sem-terra

9. Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.

10. Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.

11. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos:
girassol
madressilva
mandachuva
paraquedas
paraquedista
pontapé

12. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte. Exemplos:
Na cidade, conta-
-se que ele foi viajar.

O diretor recebeu os ex-
-alunos.

Resumo - Emprego do hífen com prefixos

Regra básica
Sempre se usa o hífen diante de h:
anti-higiênico, super-homem.

Outros casos
1. Prefixo terminado em vogal:
- Sem hífen diante de vogal diferente: autoescola, antiaéreo.
- Sem hífen diante de consoante diferente de r e s: anteprojeto, semicírculo.
- Sem hífen diante de r e s Dobram-se essas letras: antirracismo, antissocial, ultrassom.
- Com hífen diante de mesma vogal:
contra-ataque, micro-ondas.

2. Prefixo terminado em consoante:
- Com hífen diante de mesma consoante: inter-regional, sub-bibliotecário.
- Sem hífen diante de consoante diferente: intermunicipal, supersônico.
- Sem hífen diante de vogal: interestadual, superinteressante.
Observações
1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r sub-região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade.
2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal:
circum-navegação, pan-americano etc.
3 O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc.
4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc.
5. Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista etc.
6. Com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, usa-se sempre o hífen:
ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-mar, recém-casado, pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu.